quarta-feira, 22 de julho de 2009

Projeto Cingapura – Foi Maluf que fez? Não, ele copiou!

Meus caros, muitos de vocês se assustaram quando eu disse que estava de mudança para uma temporada em Cingapura, não foi? Imaginaram que eu passaria por uma experiência etnográfica convivendo com uma das muitas comunidades que habitam os predinhos de quatro andares espalhados pelas zonas menos favorecidas de São Paulo, escondendo as favelinhas que permaneceram atrás destas famosas construções da era Maluf.

Pois bem, eu estava de mudança para o país que inspirou este projeto aí em Sampa – mas só notei isto ao chegar aqui e trafegar um pouco pela cidade. Me deparei com um sem-número de edifícils que seguem um padrão bastante similar, de variadas cores e tamanhos, mas muito uniformes e cheios de janelinhas – como se fossem caixas de sapato convertidas em apartamentos. Coisa de engenheiro civil.

Finalmente, caiu a minha ficha: por isto é que o Projeto Cingapura chama-se assim! Fiquei em estado de êxtase e espalhei a notícia pelos quatro cantos para meus novos amigos locais – explicando que um prefeito de São Paulo tinha criado moradia para a população de baixa renda que vivia nas favelas. Perguntei até se os edifícios daqui, que têm muito mais andares (as vezes 20 ou 30) tinham elevador – e a resposta foi óbvia! Claro que sim.

Só depois é que fui me dar conta que os HDBs (Housing & Development Board), como são chamados os edifícios públicos construidos pelo governo para que a população os habite, são moradia de boa parte dos Googlers e de qualquer pessoa mais comum que viva por aqui. Não são destinados à baixa renda, até porque acho que não há baixa-renda aqui neste país fantasia. Mas ao mesmo tempo, são muito mais baratos do que um apartamento em um dos ‘condos’ que há por aqui – que oferecem outras facilidades como estacionamento, piscina e etc... O setor imobiliário aqui em Cingapura é bastante promissor, e comprar seu imóvel prório é muito caro – por isto muitas pessoas optam pelos HDBs, já que são subsidiados pelo governo.

Olhando melhor para os inúmeros edifícios públicos espalhados por todas as zonas da cidade, notei até mesmo uma certa graciosidade em vários deles. Claro, há alguns que parecem pombais, mas outros me lembraram muito os predinhos padrão de Brasília – uniformes e geometricamente posicionados. Alguns têm até mesmo comércio no térreo e zonas de recreação para os moradores.

Uma solução funcional e acessível para que todos neste país possam ter uma moradia decente, como poderia acontecer também em nossa cidade.

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